sábado, 14 de janeiro de 2012

Corre Jesus, corre!

Corre Jesus, corre!

Jesus ficou o ano todo trancado em um armário.

Hoje o tiraram porque está chegando o Natal; passaram nele o espanador, o lavaram, o enfeitaram e cobriram seu corpo com papéis coloridos.

Puseram-no na árvore com estrelas e velas entre guirlandas e neve feitas com fibra de vidro.

Agora que a família se distrai com o álcool, Jesus desce da árvore e escapa pela janela!

Corre, Jesus, corre, para as pessoas não te alcançarem!
Que não te aconteça o que já te aconteceu!

Jesus escapa do templo onde o sacerdote o mantém preso e o vendedor de Bíblias o oferece em doze parcelas…

Jesus escapa das senhoras que só fazem pedidos, dos senhores que se lembram dele somente na igreja, da tristeza do trabalhador, do tédio do patrão, dos gordos… de barba de algodão que distribuem idiotices e nozes, dos falsos profetas que acalmam a consciência dos ladrões nos salões, dos chorões que o crucificam a cada ano.

Jesus escapa pela estrada em busca de uma nova Maria, para refugiar-se em seu seio e se salvar desta sociedade medíocre!

Corre, Jesus, corre, para as pessoas não te alcançarem!
Que não te aconteça o que já te aconteceu!


(Trecho de “Corre, Jesus, corre”, Facundo Cabral, CD Pateando Tachos, extraído do livro O que é Missão Integral? C. René Padilla – Editora Ultimato)



sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

“O Bom Travesti“ - Rubem Alves

“O Bom Travesti“

E perguntaram a Jesus: “Quem é o meu próximo?“ E ele lhes contou a seguinte parábola:

Voltava para sua casa, de madrugada, caminhando por uma rua escura, um garçom que trabalhara até tarde num restaurante. Ia cansado e triste. A vida de garçom é muito dura, trabalha-se muito e ganha-se pouco. Naquela mesma rua dois assaltantes estavam de tocaia, à espera de uma vítima. Vendo o homem assim tão indefeso saltaram sobre ele com armas na mão e disseram: “Vá passando a carteira“. O garçom não resistiu. Deu-lhes a carteira. Mas o dinheiro era pouco e por isso, por ter tão pouco dinheiro na carteira, os assaltantes o espancaram brutalmente, deixando-o desacordado no chão.

Às primeiras horas da manhã passava por aquela mesma rua um padre no seu carro, a caminho da igreja onde celebraria a missa. Vendo aquele homem caído, ele se compadeceu, parou o caro, foi até ele e o consolou com palavras religiosas: “Meu irmão, é assim mesmo. Esse mundo é um vale de lágrimas. Mas console-se: Jesus Cristo sofreu mais que você.“ Ditas estas palavras ele o benzeu com o sinal da cruz e fez-lhe um gesto sacerdotal de absolvição de pecados: “Ego te absolvo...“ Levantou-se então, voltou para o carro e guiou para a missa, feliz por ter consolado aquele homem com as palavras da religião.

Passados alguns minutos, passava por aquela mesma rua um pastor evangélico, a caminho da sua igreja, onde iria dirigir uma reunião de oração matutina. Vendo o homem caído, que nesse momento se mexia e gemia, parou o seu carro, desceu, foi até ele e lhe perguntou, baixinho: “Você já tem Cristo no seu coração? Isso que lhe aconteceu foi enviado por Deus! Tudo o que acontece é pela vontade de Deus! Você não vai à igreja. Pois, por meio dessa provação, Deus o está chamando ao arrependimento. Sem Cristo no coração sua alma irá para o inferno. Arrependa-se dos seus pecados. Aceite Cristo como seu salvador e seus problemas serão resolvidos!“ O homem gemeu mais uma vez e o pastor interpretou o seu gemido como a aceitação do Cristo no coração. Disse, então, “aleluia!“ e voltou para o carro feliz por Deus lhe ter permitido salvar mais uma alma.

Uma hora depois passava por aquela rua um líder espírita que, vendo o homem caído, aproximou-se dele e lhe disse: “Isso que lhe aconteceu não aconteceu por acidente. Nada acontece por acidente. A vida humana é regida pela lei do karma: as dívidas que se contraem numa encarnação têm de ser pagas na outra. Você está pagando por algo que você fez numa encarnação passada. Pode ser, mesmo, que você tenha feito a alguém aquilo que os ladrões lhe fizeram. Mas agora sua dívida está paga. Seja, portanto, agradecido aos ladrões: eles lhe fizeram um bem. Seu espírito está agora livre dessa dívida e você poderá continuar a evoluir.“ Colocou suas mãos na cabeça do ferido, deu-lhe um passe, levantou-se, voltou para o carro, maravilhado da justiça da lei do karma.

O sol já ia alto quanto por ali passou um travesti, cabelo louro, brincos nas orelhas, pulseiras nos braços, boca pintada de batom. Vendo o homem caído, parou sua motocicleta, foi até ele e sem dizer uma única palavra tomou-o nos seus braços, colocou-o na motocicleta e o levou para o pronto socorro de um hospital, entregando-o aos cuidados médicos. E enquanto os médicos e enfermeiras estavam distraídos, tirou do seu próprio bolso todo o dinheiro que tinha e o colocou no bolso do homem ferido.

Terminada a estória, Jesus se voltou para seus ouvintes. Eles o olhavam com ódio. Jesus os olhou com amor e lhes perguntou: “Quem foi o próximo do homem ferido?“

(Correio Popular, 21 de julho de 2002)

http://www.rubemalves.com.br/duasparabolas.htm


quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

O Líder Servo - Por Rick Boxx

MANÁ DA SEGUNDA
www.cbmc.org.br           
9 de janeiro de 2012
Catorze anos servindo as comunidades empresarial e profissional



O Líder Servo
Por Rick Boxx

Pode ser surpresa saber que, a despeito dos elogios que ouvimos ao estilo de liderança “bottom-up”  (de baixo para cima), praticado por diversas organizações de sucesso nos anos 80, a estratégia tradicional de gestão corporativa permanece a mesma.  

Gurus em administração e liderança fizeram críticas devastadoras ao sistema de gestão hierárquico “top-down” (de cima para baixo) que dominou as corporações desde a década de 50; contudo, pouco mudou. Parece que as práticas do passado, de manipulação de processos com o fim de alcançar objetivos de custos e lucros, ditadas pelas políticas de comando e controle de informações “top-down”, devem ser substituídas pela autorização “bottom-up”.

Por que demorou tanto para nos conscientizarmos que pessoas são mais importantes que números? Que se tratarmos nossos empregados e clientes da mesma forma que gostaríamos de ser tratados, a disposição e a produção aumentam e empresas decolam? Que o maior bem, juntamente com informações precisas e diretas sobre as necessidades de nossa empresa e clientes, são os colaboradores que conhecem mais de perto a atividade? 

Sendo assim, surpreende saber que a palavra liderança é mencionada apenas seis vezes na Bíblia, ao passo que servo é mencionada 46 vezes somente no livro de Gênesis? A palavra “servo” no Antigo Testamento e “ministro” no Novo (que é como CEOs, proprietários e administradores que seguem a Jesus Cristo deveriam pensar sobre si mesmos) são muito semelhantes à ideia de um “remador inferior”.  Em séculos passados, para evitar a morte pelo calor, os tetos das embarcações eram feitos de grades metálicas, onde ficavam os remadores das fileiras superior e intermediária. Não podendo deixar suas posições, os remadores do piso inferior recebiam a maior parte do "esgoto" sobre a cabeça. 

Esta não é uma imagem atraente, mas reflete a humildade e abnegação de um verdadeiro servo. Os que servem ao Deus Altíssimo, como disse Jesus, compreendem que não estão em suas organizações para serem servidos, mas para servir, não importa o que de indesejável possa surgir em seu caminho. Ironicamente, essa qualidade forma líderes nos quais os empregados confiam e seguem sempre. Aqui estão alguns pensamentos que a Bíblia oferece sobre servir e liderar:

Servir precede a grandeza. “...Qualquer que, dentre vós, quiser ser grande, será vosso serviçal. E qualquer que, dentre vós, quiser ser o primeiro será servo de todos” (Marcos 10.43-44). 

Liderar requer colocar os outros em primeiro lugar. “Amai-vos cordialmente uns aos outros com amor fraternal, preferindo-vos em honra uns aos outros” (Romanos 12.10). “Ninguém deve buscar os seus próprios interesses e sim os interesses dos outros” (I Coríntios 10.24). 

Humildade é a qualidade primeira do líder. “Entre vocês, o mais importante é aquele que serve os outros. Quem se engrandece será humilhado, mas quem se humilha será engrandecido” (Mateus 23.11-12). “Melhor é ter espírito humilde entre os oprimidos do que partilhar despojos com os orgulhosos” (Provérbios 16.19). 

Bons líderes reconhecem os dons e habilidades seus e dos outros. “Temos diferentes dons, de acordo com a graça que nos foi dada... Se é dar ânimo, que assim faça;  se é contribuir, que contribua generosamente; se é exercer liderança, que a exerça com zelo...” (Romanos 12.6-8).

Próxima semana tem mais!



Adaptado com permissão de um artigo de Randi Walti, Consultor de Negócios que reside em Melbourne, Florida, USA. Ele é autor da revista eletrônica, "Business Life Today", no site www.lifbustoday.com. Tradução de Mércia Padovani. Revisão e adaptação de J. Sergio Fortes (fortes@cbmc.org.com)


MANÁ DA SEGUNDA® é uma refelxão semanal do CBMC - Conecting Business and Marketplace to Christ, organização mundial, sem fins lucrativos e vínculo religioso, fundada em 1930, com o propósito de compartilhar o Evangelho de Jesus Cristo com a comunidade profissional e empresarial. © 2008 - DIREITOS RESERVADOS PARA CBMC BRASIL -  E-mail: liong@cbmc.org.br -Desejável distribuição gratuita na íntegra. Reprodução requer prévia autorização. Disponível também em alemão, espanhol, francês, inglês, italiano e japonês.

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Questões Para Reflexão ou Discussão  

1. Qual o estilo de liderança e gestão que predomina no seu trabalho – top-down ou bottom-up? Como você vê isso demonstrado no dia a dia?

2. O autor sugere que bons líderes devem se ver como servos. Que você acha disso?

3. Por que você acha que muitos líderes pensam que seus empregados (“seguidores”) existem para servi-los e não o contrário?

4. Em sua opinião, como os líderes podem exibir humildade genuína para com os que se reportam a eles? Você acredita que servir a outros com humildade determina a eficiência de uma pessoa como líder?

Desejando considerar outras passagens da Bíblia relacionadas ao tema, sugerimos: Provérbios 12.9; 15.33; 18.12; Marcos 10.45; João 10.11-18; Filipenses 2.3-4; I Pedro 5.5-6.





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terça-feira, 10 de janeiro de 2012

E se...e se... ... ...

Fonte: Igreja do Evangelho Quadrangular